De uma irmãzinha desencarnada Ana Clara para sua mamãe
Sorria, mamãe! Amo seu sorriso. Sempre adorava quando você sorria para mim. Lembra quando eu colocava minhas mãos em seu rosto quando você estava triste e pedia para você sorrir? Ainda quero isso, mesmo depois de partir.
Eu estou bem aqui, estou sendo muito bem cuidada. A vovó está aqui comigo e te mandou um beijo. Estou estudando e crescendo; meus cabelos também estão a crescer, estão abaixo dos ombros. O crescimento aqui é energético, mamãe, não é biológico e nem físico. Não tenho mais corpo físico, mas o corpo espiritual é bem real, parece de verdade, risos.
Quero te ver bem, cuide do papai. Eu amo muito vocês. Eu parti tão cedo, mamãe, porque me voluntariei para essa missão. Eu precisava. Lave meu casaquinho rosa e doe para um orfanato, visite as crianças e quem sabe surja em seu coração a vontade de adotar um filhinho ou uma filhinha. Ninguém substitui ninguém, pois todos somos únicos em essência, mas amor sempre é bom.
Diga ao papai para parar de sair no corredor e para o quintal para chorar. Fale para ele que estou bem, que não há mais por que chorar. A vovó continua fazendo penteados em mim, se essa é sua preocupação, não estou desarrumada.
Te amo, mamãe, de sua querida filha Ana Clara.
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